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Espiritualidade à Brasileira - Apresentação.

  • Ricardo Gonçalves, Eduardo Sales e Afrânio Andrade
  • 22 de ago. de 2017
  • 2 min de leitura

Será possível pensar espiritualidade à brasileira num país de dimensões continentais como o nosso?

Será que existe um jeitinho só nosso (tupiniquim) de viver a espiritualidade?

Será que a espiritualidade é algo tão certinho, redondinho, que possa ser definida como à brasileira ou como de qualquer outra forma?

Afinal, por onde podemos começar a pensar e a refletir sobre esse tema?

Talvez um ponto de partida seja a confusão. A confusão aqui, num sentido que nos leve a perceber que a tentativa de definir, categorizar, enquadrar, formatar, etc., a espiritualidade talvez nos impeça de perceber o quanto a espiritualidade à brasileira é recheada de influencias tão diversas quanto é diversa a nossa influência multicultural.

Quais são, portanto, as influências e referências que moldam a forma como compreendemos espiritualidade? Será que você já se deu conta do tamanho do impacto do pensamento europeu sobre o nosso pensamento do que é e do que não é espiritualidade?

Será que é na literatura brasileira que podemos encontrar elementos teológicos verdadeiramente brasileiros?

Será que os elementos culturais do negro, do indígena e das diferentes influências coloniais do Brasil são considerados e respeitados igualmente na forma como você se permite viver sua própria espiritualidade?

Nossa provocação partirá, portanto, da obra de Jorge Amado: Dona Flor e seus dois maridos. Nela, encontramos diversos elementos que podem servir de alerta para uma reflexão brasileira sobre espiritualidade. Temas como descolonialismo, urbano x rural, carnaval, a carne é fraca e etc...

Nos textos que seguirão, falaremos sobre dualidade, utopia, tragédia, alegria e uma série de outros temas que fazem nossos olhos e nossos olhares mais sensíveis ou menos sensíveis à realidade que nos cerca.

Ao apresentarmos a realidade de Dona Flor e sua vida, veremos que, casada com um marido boêmio, ela sofria. Depois, viúva, ela se livra desse marido e sofre também. Mais adiante, casa-se novamente com um marido “certinho” e ao invés de viver feliz (como diziam que seria), ela sente saudades do marido morto a ponto de evocá-lo dos mortos e continua a sofrer até achar uma solução integrativa...

Será que vivemos, de algum modo, essa mesma crise? Será que temos uma espiritualidade pública e uma espiritualidade privada? Será que o drama de uma vida real X uma vida total permeia nossa existência de viver? Será que ao sonhar com a vida que não temos, sem nos permitir viver intensamente àquela vida que temos, não estamos deixando a alegria com as pequenas coisas passar em branco por causa do ideal estrangeiro de vida boa?

Será que a espiritualidade regrada é capaz de gerar verdadeira felicidade? Será que o brasileiro, com sua liberdade, consegue ser feliz nesses modelos quadrados e castradores de espiritualidade? Será que os liberais não sentem um desejo íntimo de um pouquinho de ortodoxia? E será que os ortodoxos, ao lado da defesa da tradição, não sentem um desejo oculto de curtir um pouquinho da vida do liberal?

Vem com a gente e sinta-se mais preparado e preparada para ver a vida com novas lentes!

Dica da Tribo:

Assista Dona Flor e seus dois maridos ou leia o livro. Você terá novos olhares para a obra de Jorge Amado e verá com lentes mais brasileiras nossa realidade.


 
 
 

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