Entendendo e Superando a Baixa Autoestima
- Afranio Andrade e Ricardo Gonçalves
- 20 de out. de 2017
- 5 min de leitura

De início devemos dizer que existe a estima, a qual pode ser entendida como o sentimento de carinho ou de apreço que se tem em relação a alguém ou a algo, sendo sinônimo de afeição e afeto. Pode ser também entendida como a admiração e o respeito que se sente por alguém, por reconhecimento de seu valor moral ou profissional. Como se vê, a estima advém de uma avaliação que os outros fazem do indivíduo. Quando o próprio indivíduo faz esta avaliação, tem-se a autoestima. E, quando esta, ao seu ver, não se apresenta de forma “normal” ou tende para uma avaliação “para baixo”, recebe o nome genérico de baixa autoestima, ou como se usa (mesmo que de modo incorreto, mas usual em nosso dia-a-dia) de baixa estima.
Acrescenta-se que, quando a pessoa faz uma auto avaliação, o resultado que se obtém desta é uma autoimagem. Esta autoimagem pode ser avaliada pela pessoa como positiva ou negativa. A autoimagem positiva faz brotar no indivíduo a auto confiança e a auto aceitação. Pela auto confiança a pessoa se julga capaz de fazer ou realizar alguma coisa. É pela auto confiança que o paraquedista, seguro nas técnicas que aprendeu, se dispõe a se lançar no espaço em queda livre, confiante que no momento certo o paraquedas vai se abrir. Já a auto aceitação é mais profunda que a auto confiança. De fato, neste caso, a pessoa faz sua auto avaliação e obtém uma autoimagem que ela mesma julga representar um ser carregado de pontos fracos e erros. E, diante deste quadro, ela, apostando em si própria, se aceita do jeito que ela é, mesmo com seus erros e defeitos.
Por outro lado, pode ocorrer de a pessoa fazer uma auto avaliação e esta resultar em uma imagem negativa de si própria. Vale dizer que, neste caso, ela não obteve a imagem de alguém que tem erros e defeitos. Ela obteve uma imagem de alguém incapaz de superar seus erros e defeitos. Este tipo de julgamento não atinge apenas as coisas que possam ou não estar ligadas ao ser, ele atinge o ser mesmo da pessoa. Quando a pessoa chega neste ponto, ela passa a se comparar com outras pessoas e tem para si um sentimento de que ela vale menos que os outros, que ela não é do jeito que deveria ser. Por exemplo: ela se julga mais gorda, mais feia, menos inteligente que outras ou do que, no entendimento dela, deveria ser. Este sentimento se associa ao de insegurança de si própria, o que a leva a interpretar fatos e sinais como ruins ou negativos. Um simples corte de cabelo passa a ser interpretado como um acréscimo na sua feiura, na sua incapacidade de ser bem vista ou aceita por alguém. Ai, surge o pior: a pessoa se põe no quadro das coisas negativas.
Este conjunto de auto avaliação negativa de si mesma se denomina baixa autoestima. Julgando-se “para baixo”, a pessoa deixa de sair, socializar e até de trabalhar. Neste caso, a baixa autoestima é um problema. E isto porque, essa autoimagem negativa interfere na vida social da pessoa e, neste contexto, pode interferir na sua vida profissional. Vale dizer que, em estado de baixa autoestima, a pessoa não apresenta uma boa performance para o trabalho e isto porque ela mesma projeta para os outros uma imagem negativa de si. Quando esta imagem negativa é percebida pelos que a cercam, estes, quase sempre – até para se protegerem de uma “pessoa negativa” – acabam se afastando de tal pessoa ou mantendo com ela uma relação controlada ou restrita.
Este problema pode se desenvolver na infância, na adolescência e também na fase adulta. Com bastante certeza uma criança que foi ouvida nas suas dificuldades e devidamente atendida tende a não desenvolver baixa autoestima na fase adulta. Mas pode acontecer de um adolescente também se auto avaliar negativamente diante dos desafios que esta nova fase lhe impõe. E, de igual maneira, ninguém pode garantir que um adulto estaria isento deste tipo de autoimagem diante das diversas realidades com as quais acaba se deparando.
Dependendo do nível em que se apresenta a baixa autoestima pode se tornar em depressão, embora esta não seja a regra. O fato é que, em qualquer caso, a baixa autoestima pode ser enfrentada pela pessoa, principalmente se ela considera importante abrir uma porta para o seu desenvolvimento, o seu progresso profissional, a sua melhora enquanto profissional que possa ser reconhecida por aquilo que faz. E isto por uma razão bem simples: quem ama a si próprio e ama o que faz, acaba produzindo uma energia positiva que, emanada através de sua alegria e manifestação de realização, pode ser capaz de influenciar positivamente aqueles que o cercam, inclusive os colegas de trabalho.
A chave para alcançar este ponto de superação parece se encontrar na realização de pequenas tarefas diárias que, gradativamente, são capazes de elevar a pessoa até a superação deste estado e ao alcance de seu sucesso em todas as áreas de sua vida. Como em toda caminhada, há a necessidade de se dar o primeiro passo. E a motivação para tanto vem de dentro, da própria pessoa.
Dicas da Tribo.
Em uma folha de papel escreva seus principais pontos fortes e fracos.
Analise cada um deles (pontos fortes e fracos) e veja se ao final, consegue perceber qual é o sentimento dominante que você tem em relação a você mesmo(a). Lembre-se que todos tem uma lista destas e que aceitar-se não é conformismo pois sempre há espaço para melhoras se você admitir que precisa melhorar e que é capaz disso.
Procure um mentor (pessoa mais experiente e de confiança ) ou um coach (profissional treinado para te ajudar a atingir suas metas) e veja a possibilidade de fazer uma ferramenta chamada feedback 360 informal. Ela pode te revelar gratas surpresas.
Mesmo antes de conseguir fazer um feedback informal, perceba como você pensa sobre você mesmo(a) ao longo de uma semana, anote seus principais pensamentos e veja se são positivos ou negativos.
Pegue sua lista de pontos fortes e determine-se a fazer o seguinte: a cada dia, procure colocar um deles em prática de forma absolutamente consciente. Ao final do dia, repasse mentalmente o que fez e alegre-se com suas ações por menores que sejam.
Mesmo que outros não percebam momentaneamente seus progressos, esteja VOCÊ muito atento(a) a cada um deles e celebre-os de alguma forma que lhe seja agradável, reforce positivamente suas pequenas vitórias.
Outra coisa muito importante é estabelecer metas para você em diferentes áreas da vida. As 12 principais áreas da vida são: Saúde, Equilíbrio Emocional, Desenvolvimento Intelectual, Realização Profissional, Recursos Financeiros, Contribuição Social, Relacionamento Familiar, Relacionamento Amoroso, Relacionamento Social, Criatividade-Hobbies-Diversão, Plenitude-Felicidade e Espiritualidade. Ao estabelecer metas, mesmo que pequenas, para cada uma destas áreas e apoiar tais metas em seus pontos fortes, você verá que sua autoestima será impactada positivamente.
Fique atento(a) com seu diálogo interno. Mude seus padrões negativos de pensamento através de novos comportamentos, novas experiências e novos relacionamentos. Se sentir muita dificuldades em fazer isso sozinho(a), talvez seja hora de pedir ajuda profissional, muitos problemas de estima são trabalhados com enorme sucesso em processos de Terapia. Lembre-se saúde não é só a ausência de doenças, mas um estado de bem-estar geral e muito prazeiroso.
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