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Por que nós nos frustramos?

  • Ricardo Gonçalves, Afranio Andrade e Eduardo Sales
  • 31 de out. de 2017
  • 4 min de leitura

Quando se fala em frustrações, muitas vezes sentimos uma energia no nosso interior, parece que puxando para trás. Uma energia que nos remete a alguma experiência passada que não tenha nos deixado bem. Quem, afinal, não se frustrou em algum momento da vida?

A palavra frustração nos lembra aquela experiência que tivemos quando esperávamos um resultado e, de repente, por algum motivo que exorbitou ao que pensávamos estar sob nosso controle, não alcançamos a realização do nosso objetivo. E não o alcançamos porque, no lugar da realização de nossa expectativa, ocorreu um fato que a inviabilizou. E isto foi desagradável. Vale dizer que isto acabou deixando marcas na nossa alma. Cabe a nós, agora, analisar estas marcas.

Se olharmos de cima, veremos que é possível admitir um lado positivo nas frustrações, por incrível que possa parecer à primeira vista. E este aspecto positivo decorre do fato de que só sofrem frustrações pessoas que tem expectativas. E ter expectativas é uma coisa muito boa, ruim seria viver sem qualquer expectativa.

De fato, hoje em dia estamos convivendo um uma geração de pessoas que podemos chamar do povo do “tanto faz”. Se o rio correr para baixo, tudo bem. Se correr para cima, tudo bem. Tanto faz uma coisa quanto a outra. Mas existem pessoas assim? Sim. Existem. E você conhece muitas delas. Não são todas, ainda bem, mas há muitas pessoas assim – geralmente pessoas jovens entre os 16 e 22 anos, aproximadamente.

Não sei se seria possível catalogar esse “povo”. Entretanto, pode-se dizer que pessoas como estas, muitas vezes passaram pelas melhores escolas, falam mais de duas línguas, tem amplo domínio de internet e mídias em geral e teriam muitas habilidades e capacidade para atuarem em grandes empresas.

Entretanto, muitas vezes não se interessam por um trabalho. Às vezes – pasme! -, apenas porque teriam que cumprir uma jornada no fim de semana. Para esse “povo” seria melhor fazer outra coisa: talvez dar um banho no seu pet, por exemplo. Se você for procurar você vai encontrar muita gente nessa “vibe”.

Este segmento de pessoas não tem frustrações, no sentido que estamos falando. São pessoas cujos pais lutaram dia e noite e deram o sangue para que estes – seus filhos - tivessem uma vida melhor que eles mesmos tiveram antes de se firmarem em suas respectivas profissões. Lutaram para que os filhos fossem colocados em patamares melhores do que os que eles – os pais - tiveram que conquistar na vida. E conseguiram. E por que dizemos que estes jovens não têm frustrações? A resposta é simples: são pessoas que não geram expectativas sobre os grandes desafios de suas carreiras, sobre seus futuros, sobre famílias e outros valores.

Assim, se você tem algum tipo de frustração, considere-se um sortudo, pois, no fundo, você é uma pessoa que tem algum tipo de expectativa. Se sua expectativa não foi realizada e você se frustrou com isto, pode consultar novamente o fundo do seu peito e gerar novas expectativas. A partir daí, pode gerenciar estas expectativas de forma a ter o mínimo de controle sobre sua possível realização e seguir em frente. Ai, você poderá olhar para trás com outros olhos: poderá se considerar vitorioso por ter tido frustrações na vida. Feliz daquele que, tendo uma ou muitas vezes se frustrado, pode novamente se recompor, sonhar com o futuro e avançar novamente sobre ele, ciando novas expectativas.

Pássaro sem asas não se machuca voando

Os pesquisadores, principalmente da psicologia e da auto-ajuda, convencionaram tratar desse tema a partir das situações que causam frustração.

Geralmente a causa número um é estabelecer alvos muito acima das capacidades. Número dois, criar e alimentar expectativas onde não deveria. Número três, viver nas utopias, principalmente as centradas na auto-satisfação. Mas, será? Qual a graça da vida sem estabelecer alvos? Ou ainda, que prazer teremos em estabelecer alvos que já alcançamos? Pensamos que, frustrante mesmo deve ser uma vida sem alvos, cujas expectativas estejam castradas desde o princípio, onde as utopias são descartadas junto com nossos sonhos? Parece que a receita mais simples para não se frustrar é não viver, não se arriscar, podar nossas capacidades antes mesmo de prová-las. Como se cortássemos as asas de um pássaro antes dele começar a voar para evitar que se machuque.

A frustração deve ser percebida de outra forma. Não se esqueça que ela, a realidade, é um fenômeno de percepção. Se aplicássemos a solução moderna contra a frustração em toda a história, não teríamos nem um terço das realizações de hoje. O principal ícone para compreendermos a frustração é Thomas Edson, conta-se mais de 1000 tentativas para conseguir fazer a lâmpada de luz elétrica dar certo. Dessa percepção, frustração não significa que estabeleci alvos muito acima de minhas capacidades (apenas), mas que apenas não desenvolvi as capacidades e qualidades necessárias para alcançar o alvo estabelecido.

Claro, precisamos ponderar. Frustrações sentimentais são um pouco diferentes. Geralmente envolvem toda essa relação de projeção, expectativas e alvos exagerados. O que precisa ser entendido é que frustração não significa que “sou menos”, ou ainda, que “não sou capaz”. Frustração significa que sou humano e não divino, perfeito, que erro, que nem tudo gira em torno de mim mesmo, que as situações não se dobram ante minha vontade.

DICAS

Assim, concluímos com três dicas complementares ao nosso vídeo.

Primeiro, trate a frustração como questão de percepção da realidade. Não significa que não somos capazes, ou que somos inferiores e, de forma alguma deixe essa lógica agir como tratamento para a frustração, nesse caminho aceita-se a derrota antes de jogar a partida.

A segunda, cuidado com o complexo de Deus presente nas relações de nossa sociedade. A quem diga que, ao matar Deus (crítica do filósofo alemão Nietzsche no livro “Assim Falava Zaratustra”), o homem assumiu seu trono. Assim, entenda que somos humanos, por isso erramos, por isso a realidade não está à mercê de nossas vontades. E acima de tudo, que, como humanos, precisamos da frustração como um lembrete divino de quem somos nós.

A Terceira é: conheça mais sobre seu padrão comportamental. Esse conhecimento vai mostrar para você como desenvolver estratégias para enfrentar seus desafios com novas abordagens e como desenvolver certas habilidades. Com isso, as chances de sucesso são infinitamente maiores. Se não souber como fazer isso, entre em contato conosco que teremos prazer em indicar as mais modernas ferramentas para isso. OK?

Grande Abraço.


 
 
 

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